O ronco é um som causado pela vibração das vias aéreas superiores quando há dificuldade na passagem do ar durante a respiração. Embora muitas pessoas o considerem apenas um incômodo, ele pode ser um sinal de distúrbios respiratórios do sono, como a apneia obstrutiva do sono (AOS). Estudos mostram que até 50% dos adultos roncam regularmente, e muitos desses casos estão associados a complicações de saúde mais graves (Kryger et al., 2017).

O que causa o ronco?
O ronco ocorre quando há um estreitamento parcial das vias respiratórias, dificultando o fluxo de ar. Algumas das principais causas incluem:
Alterações anatômicas: Desvio de septo nasal, amígdalas aumentadas, palato mole alongado e outros fatores estruturais podem comprometer a passagem do ar.
Flacidez muscular: Com o envelhecimento, os músculos da garganta perdem tônus, favorecendo o colapso das vias aéreas. Em mulheres, a menopausa e a redução do estrogênio podem intensificar esse efeito (Bixler et al., 2001).
Sobrepeso e obesidade: O acúmulo de gordura ao redor do pescoço pode pressionar as vias aéreas, dificultando a respiração (Peppard et al., 2000).
Uso de álcool e sedativos: Substâncias que relaxam os músculos podem aumentar a obstrução da garganta e tornar o ronco mais intenso.
Congestão nasal crônica: Condições como rinite e sinusite podem dificultar a respiração nasal, levando à respiração bucal, o que aumenta as vibrações das vias aéreas e pode agravar o ronco. No entanto, a obstrução nasal nem sempre é a causa principal do problema. Por isso, em alguns casos, mesmo após o tratamento dessas condições, o paciente continua roncando – e, em certas situações, o ronco pode até se tornar mais intenso.
Quando o ronco se torna perigoso?
Nem todo ronco representa um risco à saúde, mas certos sinais podem indicar um problema mais grave, como a apneia obstrutiva do sono. Os principais sinais de alerta incluem:
Ronco muito alto e irregular, intercalado com momentos de silêncio.
Pausas na respiração durante o sono, frequentemente percebidas por quem dorme ao lado.
Despertares noturnos com sensação de sufocamento.
Cansaço excessivo durante o dia, mesmo após uma noite completa de sono.
A AOS está associada a um risco aumentado de hipertensão arterial, doenças cardiovasculares e resistência à insulina (Punjabi, 2008). Um estudo do Wisconsin Sleep Cohort mostrou que indivíduos com apneia grave têm até três vezes mais risco de desenvolver hipertensão em comparação com aqueles sem a condição (Peppard et al., 2000).
Os impactos do ronco na saúde
Os efeitos do ronco na saúde vão além do desconforto noturno. Quando associado à apneia do sono, ele pode provocar:
Pressão alta e doenças cardiovasculares: O esforço repetitivo para respirar durante a noite pode levar a hipertensão, arritmias e insuficiência cardíaca.
Diabetes e resistência à insulina: A privação de sono causada pela apneia prejudica a regulação do metabolismo da glicose (Punjabi, 2008).
Declínio cognitivo: Estudos indicam que a fragmentação do sono pode aumentar o risco de demência e comprometimento da memória (Osorio et al., 2015).
Saúde mental: Distúrbios do sono estão fortemente ligados à depressão e à ansiedade (Yaffe et al., 2011).
O que fazer se você ronca?
Se o ronco estiver afetando sua qualidade de vida ou vier acompanhado dos sinais de alerta mencionados, é fundamental procurar um especialista em sono para avaliação detalhada. O tratamento pode envolver:
melhora no estilo de vida: Perda de peso, redução do consumo de álcool e da higiene do sono.
Uso de dispositivos médicos: CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas), aparelhos intraorais para manter as vias abertas e, em casos mais graves, cirurgias corretivas.
Tratamentos modernos: O uso do laser Fotona tem se mostrado uma opção eficaz para reduzir a flacidez das vias aéreas e minimizar o ronco.
Mudanças no estilo de vida: Perda de peso, redução do consumo de álcool, ajuste da posição ao dormir e melhora da higiene do sono. • Terapias funcionais: Exercícios miofuncionais e fonoterapia para fortalecer a musculatura da língua e do palato, ajudando a reduzir o colapso das vias aéreas. • Uso de dispositivos médicos: CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas), aparelhos intraorais para reposicionamento da mandíbula e manutenção das vias abertas, além de dispositivos para reeducação respiratória. • Tratamento a Laser: O uso do laser Fotona tem se mostrado uma opção eficaz para reduzir a flacidez das vias aéreas e minimizar o ronco. • Abordagens cirúrgicas: A cirurgia pode ser indicada para pacientes com alterações anatômicas que contribuem para a obstrução das vias aéreas. Entre as opções, estão procedimentos como septoplastia, turbinectomia, amigdalectomia, uvulopalatoplastia e cirurgia esquelética, como avanço maxilomandibular, que reposiciona os ossos da face para ampliar o espaço das vias aéreas.
A escolha do tratamento ideal depende da causa do ronco e deve ser feita com base em uma avaliação personalizada com um especialista.
O ronco pode parecer algo comum, mas não deve ser ignorado. Investigar suas causas e buscar tratamento pode não apenas melhorar a qualidade do sono, mas também prevenir complicações de saúde potencialmente graves.
Referências
Bixler, E. O., Vgontzas, A. N., Lin, H. M., Ten Have, T., Leiby, B. E., Vela-Bueno, A., & Kales, A. (2001). Prevalence of sleep-disordered breathing in women. American Journal of Respiratory and Critical Care Medicine, 163(3), 608-613.
Kryger, M. H., Roth, T., & Dement, W. C. (2017). Principles and Practice of Sleep Medicine. Elsevier.
Osorio, R. S., Gumb, T., Pirraglia, E., Varga, A. W., Lu, S. E., Lim, J., ... & Vlassenko, A. G. (2015). Sleep-disordered breathing advances cognitive decline in the elderly. Neurology, 84(19), 1964-1971.
Peppard, P. E., Young, T., Palta, M., Dempsey, J., & Skatrud, J. (2000). Longitudinal study of moderate weight change and sleep-disordered breathing. JAMA, 284(23), 3015-3021.
Punjabi, N. M. (2008). The epidemiology of adult obstructive sleep apnea. Proceedings of the American Thoracic Society, 5(2), 136-143.
Yaffe, K., Laffan, A. M., Harrison, S. L., Redline, S., Spira, A. P., Ensrud, K. E., ... & Stone, K. L. (2011). Sleep-disordered breathing, hypoxia, and risk of mild cognitive impairment and dementia in older women. JAMA, 306(6), 613-619.
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