Dormir bem é essencial para uma vida saudável, mas você já parou para pensar no que acontece com seu corpo enquanto dorme? A polissonografia, um exame considerado o padrão-ouro na medicina do sono, pode revelar muito mais do que apenas se você ronca ou sofre de apneia. Neste artigo, vamos explorar como funciona esse exame, o que ele monitora e por que ele é tão importante para sua saúde.

O que é a polissonografia?
A polissonografia é um exame multiparamétrico que monitora e avalia uma série de atividades do corpo enquanto você dorme. Ela é essencial para diagnosticar distúrbios do sono, como apneia obstrutiva, ronco, insônia e até mesmo movimentos involuntários.
Existem diferentes tipos de polissonografia, mas os dois mais comuns são:
Polissonografia Tipo 1: Realizada em um laboratório, sob supervisão técnica contínua.
Polissonografia Tipo 2: Feita no conforto da sua casa, com monitoramento abrangente.
Ambos os métodos são eficazes e altamente recomendados por especialistas da American Academy of Sleep Medicine (AASM), dependendo das suas necessidades.
O que a polissonografia analisa?
A polissonografia coleta uma grande quantidade de dados para entender como o seu corpo se comporta enquanto você dorme. Aqui estão os principais parâmetros analisados:
1. Ondas cerebrais (EEG)
O eletroencefalograma (EEG) registra as atividades cerebrais durante o sono. Ele ajuda a identificar as fases do sono (leve, profundo e REM). Estudos indicam que alterações na arquitetura do sono podem estar relacionadas a problemas como insônia e transtornos de humor.
2. Movimentos oculares (EOG)
Os movimentos dos olhos são monitorados para identificar a fase REM, onde ocorrem os sonhos mais vívidos e importantes para a memória e o aprendizado.
3. Respiração e oxigenação
O exame monitora o fluxo de ar, os esforços respiratórios e os níveis de oxigênio no sangue. Isso é fundamental para detectar condições como apneia obstrutiva do sono (AOS), que afeta milhões de pessoas no mundo.
4. Posição corporal
A posição em que você dorme pode influenciar diretamente nos sintomas de distúrbios respiratórios. Dormir de barriga para cima, por exemplo, pode agravar a apneia em alguns casos.
5. Ritmo cardíaco (ECG)
A polissonografia registra os batimentos cardíacos durante a noite. Estudos mostram que a apneia do sono pode aumentar o risco de problemas cardíacos, como arritmias e hipertensão.
6. Movimentos musculares (EMG)
Distúrbios como o bruxismo (ranger de dentes) e a síndrome das pernas inquietas podem ser detectados por meio do monitoramento dos músculos.
Quais distúrbios podem ser detectados?
Com tantos dados coletados, a polissonografia é capaz de identificar vários distúrbios, como:
Apneia do sono: Afeta cerca de 22% da população adulta, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).
Ronco primário: Embora não seja considerado uma condição grave, o ronco pode impactar a qualidade de vida do paciente e de quem dorme ao lado.
Insônia: Alterações na arquitetura do sono ajudam a identificar padrões que dificultam o início ou a manutenção do sono.
Parassonias: Distúrbios como sonambulismo e pesadelos frequentes podem ser avaliados.
Síndrome das pernas inquietas: Um distúrbio comum, mas muitas vezes subdiagnosticado.
Por que a polissonografia é importante?
Dormir mal não é algo que devemos ignorar. Estudos mostram que a privação do sono pode aumentar o risco de diversas condições, como obesidade, diabetes, doenças cardíacas e até mesmo demência.
Além disso, problemas respiratórios não tratados durante o sono, como a apneia, podem levar a complicações graves, incluindo hipertensão e acidentes cardiovasculares. A polissonografia é, portanto, uma ferramenta essencial para diagnosticar e tratar essas condições antes que elas prejudiquem sua saúde.
Como funciona o exame?
O exame é realizado em uma noite e pode ser feito em casa ou em um laboratório. Durante a polissonografia, sensores são colocados no corpo para monitorar as funções vitais. O relatório gerado é interpretado por um especialista em sono, que avalia todos os parâmetros e sugere o tratamento adequado, se necessário.
Se você tem sintomas como ronco, cansaço excessivo durante o dia, insônia ou mesmo falta de concentração, talvez seja hora de investigar. A polissonografia pode ser o primeiro passo para transformar sua qualidade de vida. Não espere para cuidar do seu sono. Entre em contato e agende sua avaliação.
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Referências Científicas
Iber, C., Ancoli-Israel, S., Chesson, A., & Quan, S. (2012). The AASM Manual for the Scoring of Sleep and Associated Events.
Senaratna, C. V., et al. (2017). "Prevalence of obstructive sleep apnea in the general population: A systematic review." The Lancet Respiratory Medicine.
Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). "Distúrbios respiratórios do sono."
Ohayon, M. M., et al. (2017). "Meta-analysis of quantitative sleep parameters from childhood to old age." Sleep Medicine.
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